A Marcha que nos conduz ao meio termo entre a Ultra Direita e o Centro.

Auto Imune
2 min readMay 31, 2021

--

Quando popular é em espécie ou deriva sempre do dinheiro, habituais são os jingles e o menu da novela-jornal: Sincretismo da programação que narra amestrando Inconsciente Coletivo.

A política é substituta da guerra mas a ética e estratégia da luta via jogo da velha são encarnadas por sensibilidades grosseiras e ingênuas, banhadas por curiosidade alcoviteira e necessariamente tocadas pela mesmíssima estética emperrada, tosca. No palco armado, supostos opostos rezam cartilha moral elaborada para o pré-primário.

(Inocência? Ego? Postura? O quê leva o professor inteligente capaz e bem intencionado a colar no peito de criança adesivo com dizeres ‘fora’ ou ‘livre’ junto ao nome do adulto que for?)

Nomes importam? Em quais casos nomes importam? Importam os nomes de Paraisópolis? Importam os nome de Eldorado dos Carajás? Importam os nomes da Candelária? Importam as famílias do massacre de Felisburgo? Claro que não, vocês tendem a apenas importar. Não há critério, os critérios são publicitários. Suas atuações indignadas são dadas pela cota publicitária do jornal onde as black lives matter apenas até a página com o mapa da vacina. Afinal, como dizem os bonemers poetas “dezembro de 2023 é logo ali e, depois dos gols do fla, tem o resumo da cpi…”

Vocês importam sim, inclusive causas! Pense no Floyd. Aliás, vocês compram importações, menos que um Armazém-de-Secos-e-Molhados nossa imprensa é um FreeShop e deriva todinha da Time-life.

Voltemos ao George Floyd, um nome que soou tao bem aos anglófilos a ponto de amenizar o asco nutrido pela cor da sua pele. Alguns que pouco se comovem ou se movem pelos Joões e Ághatas daqui são os mesmos emotivos e indignados frente a TV que reprisa com avidez o estrangulamento ocorrido nos EUA. Não foram raros os emocionados pela morte do Floyd que com a queda do MC demostraram, muitas vezes em forma de brincadeirinha, sua repulsa pela talvez única manifestação cultural massificada hoje e que possui uma origem genuinamente popular. Fato que pesadamente contrasta com como comungam o respeito pela morte do Covas: acontecimento que dá o merecido tom fúnebre à marcha que nos conduz ao meio termo entre a ultra-direita e o centro. Marcha movida pelos necessariamente bolinhas ou xizínhos, ansiosos por se entreterem na simulação de uma autoimagem altruísta, uma espécie de armadura invisível, compartilhada nas lutas travadas nos twitterzapstagrãpchatiktokcebook.

Tudo que não é pop é excêntrico.

Não consumir o pop é extravagância.

A lógica é delírio dos saciados.

Trilhões foram gastos para provar que você possui escolha.

Trilhões foram gastos para que você possa escolher.

Portanto, trate de escolher algo da prateleira.

Onde a razão meramente informa, você deve apenas se atualizar.

Se for criar, que seja para registrar patente. Conte assim com financiamento.

Nada de criar teorias, quem cria é o Diabo. Para os raios com a História, a decolonialidade, livro, teoria ou arte que for.

Preciso é ouvir o resumo do expert que levaram na TV ou então ver aquele youtuber outsider que tá bombando.

Você já deu uma olhadinha nos tópicos de tendência today?

--

--

Auto Imune

Autoimunidade é a falha em uma divisão funcional do sistema imunológico que resulta em respostas imunes contra as células e tecidos do próprio organismo.